Abdominoplastia em Âncora: indicação, técnica, recuperação e cuidados necessários.
A Abdominoplastia em Âncora é uma cirurgia plástica reparadora utilizada em casos de grande excesso de pele no abdômen, especialmente após perdas significativas de peso. Seu nome deriva do padrão das incisões realizadas, que lembram o formato de uma âncora: uma incisão horizontal na parte inferior do abdômen e outra vertical no centro, acima do umbigo até a parte inferior da cicatriz horizontal.
Esse tipo de cirurgia é uma das mais indicadas para pacientes pós-bariátricos ou pessoas que tiveram emagrecimento substancial e que possuem flacidez severa, excesso de pele e diástase muscular.
A seguir, detalhamos os principais aspectos da Abdominoplastia em Âncora, desde suas indicações e técnica até os cuidados pós-operatórios, riscos e benefícios.
O que é a Abdominoplastia em Âncora?
A Abdominoplastia em Âncora, também chamada de dermolipectomia em âncora, é um procedimento cirúrgico indicado para remoção de grandes quantidades de pele e gordura do abdômen. Ela é caracterizada por duas incisões principais: uma transversal na região suprapúbica (como na abdominoplastia convencional) e outra vertical, que se estende do esterno até o púbis.
Essa combinação permite a retirada de excesso cutâneo tanto na horizontal quanto na vertical, o que oferece uma remodelação mais completa da região abdominal.
Principais indicações
A Abdominoplastia em Âncora é especialmente indicada para pacientes que:
- Tiveram grande perda ponderal (frequentemente acima de 40 kg);
- Apresentam excesso cutâneo e flacidez severa na parte superior e inferior do abdômen;
- Sofrem com dores ou assaduras na dobra da pele abdominal;
- Possuem diástase dos músculos retos abdominais (afastamento muscular);
- Têm excesso de gordura abdominal residual, mesmo com IMC estável;
- Buscam melhora funcional e estética após estabilização do peso.
Esse procedimento é frequentemente realizado em ex-pacientes bariátricos, após acompanhamento multiprofissional e liberação médica.
Técnica cirúrgica
A cirurgia é feita em hospital, sob anestesia geral, e pode durar entre 4 a 6 horas, dependendo da complexidade do caso e de eventuais procedimentos associados.
As etapas da cirurgia incluem:
- Incisão horizontal na região suprapúbica (acima da linha do púbis);
- Incisão vertical média, do centro do abdômen até a cicatriz horizontal, formando o “T” invertido;
- Ressecção do excesso de pele e gordura;
- Correção da diástase dos músculos retos abdominais, se presente;
- Reposicionamento e reconstrução do umbigo;
- Fechamento em camadas da incisão e possível colocação de drenos cirúrgicos;
- Enfaixamento e colocação de cinta compressiva.
O volume de pele e tecido removido pode variar bastante, de acordo com a anatomia do paciente e seus objetivos terapêuticos.
Pós-operatório: cuidados e recomendações
O pós-operatório da Abdominoplastia em Âncora exige disciplina e acompanhamento frequente com a equipe médica. O tempo de recuperação costuma ser de 4 a 8 semanas, dependendo da evolução individual.
Principais recomendações:
- Uso de cinta abdominal por no mínimo 60 dias;
- Evitar movimentos bruscos, esforço físico e carregar peso nas primeiras semanas;
- Dormir em posição semissentada ou levemente inclinada, para evitar tensão sobre as cicatrizes;
- Realizar drenagem linfática manual conforme prescrição;
- Manter hidratação, nutrição adequada e suplementação proteica;
- Comparecer às revisões pós-operatórias regulares;
- Não se expor ao sol diretamente sobre as cicatrizes por, no mínimo, 6 meses.
O retorno às atividades cotidianas pode ocorrer entre 15 e 30 dias, e os resultados definitivos costumam ser observados entre 6 a 12 meses após a cirurgia.
Resultados e cicatriz
O resultado esperado com a Abdominoplastia em Âncora é uma melhora significativa no contorno abdominal, eliminando o excesso de pele e promovendo uma aparência mais firme e definida.
As cicatrizes são mais extensas do que na abdominoplastia tradicional, e ficam em formato de um “T” invertido. Embora sejam visíveis, com os devidos cuidados e tratamentos estéticos, podem ficar mais discretas com o tempo.
É fundamental que o paciente tenha expectativas realistas e compreenda que a cicatriz é permanente, embora seja compensada pela melhora funcional e estética do abdômen.
Possíveis riscos e complicações
Assim como qualquer procedimento cirúrgico, a Abdominoplastia em Âncora apresenta riscos. Os principais incluem:
- Seroma (acúmulo de líquido);
- Hematomas;
- Infecções;
- Deiscência da ferida operatória (abertura dos pontos);
- Trombose venosa profunda;
- Necrose de pele em áreas com tensão excessiva;
- Alterações na sensibilidade cutânea;
- Cicatrizes alargadas ou hipertróficas.
A escolha de um cirurgião plástico experiente, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), além de seguir corretamente as orientações pré e pós-operatórias, reduz consideravelmente a incidência de complicações.
É possível combinar com outras cirurgias?
Sim. Desde que respeitados os limites de tempo cirúrgico e a condição clínica do paciente, é possível associar a Abdominoplastia em Âncora com:
- Lipoaspiração localizada;
- Mamoplastias (aumento, redução ou lifting);
- Braquioplastia (lifting de braços);
- Lifting de coxas;
- Cirurgia íntima.
Essas combinações são comuns em pacientes que passaram por grande perda de peso, com necessidade de reconstrução corporal mais abrangente.
Benefícios para além da estética
Os impactos positivos da Abdominoplastia em Âncora vão além da aparência. Muitos pacientes relatam:
- Maior conforto para usar roupas;
- Redução de infecções e assaduras nas dobras da pele;
- Aumento da autoestima e segurança corporal;
- Recuperação da mobilidade e disposição para atividades físicas;
- Melhora na saúde emocional e social.
Esses fatores contribuem para uma melhora na qualidade de vida geral, sendo reconhecidos inclusive por estudos científicos sobre os benefícios da cirurgia reparadora pós-bariátrica.
Considerações finais
A Abdominoplastia em Âncora é uma cirurgia segura e eficaz quando realizada com critérios técnicos, por profissional qualificado e com equipe multidisciplinar. Embora as cicatrizes sejam mais visíveis, os benefícios funcionais e estéticos são amplos e duradouros.
O paciente deve ser avaliado individualmente, com enfoque em segurança, expectativas realistas e orientação médica adequada. É essencial seguir todas as recomendações clínicas e estar ciente de que o resultado final exige paciência e cuidados constantes.
