Abdominoplastia Reversa

Abdominoplastia Reversa

Abdominoplastia Reversa: o que é, indicações, técnica cirúrgica e recuperação.

A Abdominoplastia Reversa é uma variação da cirurgia tradicional do abdômen, indicada para pacientes que apresentam flacidez e excesso de pele predominantes na parte superior do abdômen, ou seja, acima do umbigo. Esse procedimento é menos comum que a abdominoplastia clássica, mas pode oferecer resultados significativos para casos selecionados.

Diferente das técnicas tradicionais — que concentram a retirada de pele e gordura na parte inferior do abdômen —, a Abdominoplastia Reversa é realizada por meio de incisões logo abaixo das mamas, o que permite um tracionamento da pele para cima.

A seguir, exploramos todos os aspectos relevantes da técnica, suas indicações, limitações, processo de recuperação e principais benefícios.

O que é a Abdominoplastia Reversa?

A Abdominoplastia Reversa é um procedimento cirúrgico que visa remover o excesso de pele e gordura da porção superior do abdômen, tracionando a pele no sentido superior (da região umbilical em direção ao tórax). As incisões são feitas na região inframamária (na dobra abaixo das mamas), podendo ser parcialmente ocultadas no sulco natural ou ao redor de cicatrizes prévias de cirurgias mamárias.

Essa técnica é geralmente indicada em pacientes que não apresentam flacidez significativa abaixo do umbigo, o que a torna uma abordagem mais direcionada e conservadora em relação à abdominoplastia clássica.

Principais indicações

A Abdominoplastia Reversa pode ser indicada para pacientes que:

  • Têm excesso de pele acima do umbigo com pele firme na parte inferior do abdômen;
  • Já realizaram cirurgias abdominais anteriores e possuem cicatrizes que inviabilizam a técnica clássica;
  • Possuem flacidez leve a moderada no abdômen superior;
  • Desejam associar a cirurgia a um procedimento mamário (mastopexia ou mamoplastia redutora);
  • Estão com o peso corporal estabilizado e em boas condições de saúde.

Essa técnica também pode ser uma alternativa estética para pacientes que buscam cicatrizes mais discretas, especialmente aquelas que já possuem cicatrizes inframamárias.

Técnica cirúrgica

A cirurgia é realizada em ambiente hospitalar, sob anestesia geral, com duração média de 2 a 4 horas, a depender da complexidade do caso e da associação com outros procedimentos.

Etapas do procedimento:

  1. Incisão no sulco inframamário, geralmente bilateral, respeitando a anatomia e o contorno mamário;
  2. Descolamento da pele abdominal superior até próximo ao umbigo;
  3. Remoção do excesso de pele e tecido adiposo na região superior do abdômen;
  4. Eventual plicatura (sutura) dos músculos retos abdominais, se houver diástase;
  5. Tração superior da pele e sutura interna e externa cuidadosa;
  6. Colocação de drenos em alguns casos;
  7. Curativo compressivo e início do uso da cinta pós-cirúrgica.

Essa técnica não costuma reposicionar o umbigo, pois o foco da intervenção está acima dele.

Diferenças em relação a outras técnicas de abdominoplastia

Técnica

Área tratada principal

Cicatriz principal

Abdominoplastia tradicional

Abaixo do umbigo

Linha horizontal suprapúbica

Abdominoplastia em âncora

Acima e abaixo do umbigo

Linha horizontal + vertical central

Abdominoplastia Reversa

Acima do umbigo

Linha no sulco inframamário

Técnica Área Tratada Principal Cicatriz Principal
Abdominoplastia em Âncora Acima e abaixo do umbigo Linha horizontal + vertical central
Abdominoplastia Tradicional Abaixo do umbigo Linha horizontal suprapúbica
Abdominoplastia em Reversa Acima do umbigo Linha no sulco inframamário

Pós-operatório: o que esperar

O pós-operatório da Abdominoplastia Reversa é considerado mais tranquilo que outras variações da abdominoplastia, já que a área operada está mais distante das articulações e do movimento de flexão do tronco, facilitando a mobilidade.

Recomendações gerais:

  • Uso de cinta abdominal por no mínimo 30 a 45 dias;
  • Evitar levantar os braços nos primeiros 15 dias;
  • Evitar exercícios físicos por pelo menos 30 dias;
  • Realizar sessões de drenagem linfática manual, conforme recomendação médica;
  • Evitar exposição solar direta sobre a cicatriz por, no mínimo, 6 meses;
  • Dormir de barriga para cima e manter postura ereta;
  • Realizar todas as consultas de acompanhamento no pós-operatório.

A recuperação completa pode levar de 4 a 6 semanas, com retorno progressivo às atividades diárias.

Resultados e cicatriz

Os resultados da Abdominoplastia Reversa tornam-se visíveis gradualmente, com redução do excesso de pele e melhora do contorno da região epigástrica (acima do umbigo). A cicatriz, por ser localizada no sulco inframamário, costuma ficar disfarçada na dobra natural da mama ou sob o sutiã/top.

É importante lembrar que os resultados definitivos levam de 6 a 12 meses para serem plenamente avaliados, incluindo o amadurecimento da cicatriz.

Riscos e complicações

Apesar de ser uma técnica segura, a Abdominoplastia Reversa, como qualquer procedimento cirúrgico, envolve riscos, tais como:

  • Hematomas e seromas;
  • Infecções;
  • Alterações na sensibilidade local;
  • Deiscência (abertura) de pontos;
  • Cicatriz hipertrófica ou queloidiana;
  • Necrose cutânea (rara);
  • Assimetrias ou irregularidades no contorno.

Essas complicações são reduzidas quando a cirurgia é feita por um cirurgião plástico especialista, com formação adequada e experiência na técnica.

Pode ser combinada com outras cirurgias?

Sim. A Abdominoplastia Reversa pode ser associada a cirurgias mamárias, como mastopexia, mamoplastia redutora ou aumento de mamas. Isso permite que as cicatrizes mamárias e abdominais sejam unificadas em uma mesma linha inframamária.

Também pode ser combinada com lipoaspiração, especialmente na região flanco-dorsal (lateral e costas), quando indicada.

Considerações importantes

A seleção adequada do paciente é essencial para o sucesso da Abdominoplastia Reversa. Ela não substitui a abdominoplastia clássica em casos com flacidez no abdômen inferior, e sim complementa o arsenal cirúrgico para pacientes com indicação específica.

É fundamental que o procedimento seja realizado por médico habilitado e membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), respeitando os critérios de segurança e ética médica.